quarta-feira, 21 de março de 2012

2. HISTÓRIA DA MAÇONARIA (RESUMO).

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_ma%C3%A7onaria

História da maçonaria Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre

A maçonaria (forma reduzida e usual de francomaçonaria) é uma sociedade secreta, embora seja um termo em desuso pois o usado atualmente é sociedade discreta, de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, fraternidade[1][2] e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e correctamente designadas) Lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si."

A origem se perde na Idade Média, se considerarmos as suas origens Operativas,[3] ou seja associação de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha como ofício a arte de construção de castelos, muralhas etc.

O Grande Oriente do Brasil (GOB) é a mais antiga Potência Maçônica brasileira (associação de Lojas Maçônicas, também chamada de Obediência Maçônica). O GOB participou ativamente em momentos cruciais da história brasileira, como a abolição da escravatura e a proclamação da república.[4]

O Grande Oriente do Brasil possui, hoje, aproximadamente 2.400 Lojas e cerca de 97.000 filiados. É a maior Obediência Maçônica do mundo latino e reconhecido por toda a Maçonaria Regular. Destacam-se suas fraternais relações com a Grande Loja Unida da Inglaterra (com o Primeiro Tratado realizado em 1919, e depois ratificado em 1935), e com todas as Obediências Maçônicas regulares da Europa e América do Norte.

Existem, no mundo, aproximadamente 5,5 milhões[5][6] de de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Destes 3,2 - (58%)- nos Estados Unidos - USA,[6] 1,2 -(22%) - no Reino Unido[6] e 1,0(20%) no resto do mundo.[6] No Brasil são aproximadamente 150 mil maçons regulares (2,7 %) e 4.700 Lojas.[6]

Índice

1 Maçonaria no Mundo
1.1 Maçonaria primitiva
1.2 Maçonaria operativa
1.3 Maçonaria especulativa
2 Maçonaria no Brasil
2.1 Grandes Campanhas
2.1.1 Campanha pela extinção da escravatura negra no país
2.1.2 Campanha republicana
2.2 Grandes Dissidências
2.2.1 Primeira Grande Dissidência - 1927
2.2.2 Segunda Grande Dissidência - 1973
3 Referências


Maçonaria no Mundo.

Maçonaria primitiva.

A Maçonaria Primitiva, ou "Pré-Maçonaria",[7] é o periódo que abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento da Maçonaria Operativa. Há quem busque nas primeiras civilizações a origem iniciática. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas crendices primitivas a origem do sistema filosófico e doutrinário. Tantas são as controvérsias, que surgiram variadas correntes dentro da maçonaria. A origem mais aceita, segundo a maioria dos historiadores,[8] é que a Maçonaria Moderna descende dos antigos construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade Média.[3]

É evidente que a falta de documentos e registros dignos de crédito,[9] envolve a maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os fantasistas, talvez pensando em engrandecê-la,[9] inventem as histórias sobre os primórdios de sua existência.[9] Há aqueles que ensinam que ela teve início na Mesopotâmia, outros confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o berço da Maçonaria.[10][11]

O que existe de verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos milenares,[9] que foram adotados por instituições como as "Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen(na Alemanha). O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que eram abraçados por instituições que existiram muito antes da formação de núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício.[12][13]


Maçonaria Operativa.



Na Idade Média o ofício de pedreiro era uma condição cobiçada para classe do povo. Sendo esta a única guilda que tinha o direito de ir e vir. E para não perder suas regalias o segredo deveria ser guardado com bastante zelo.

Após o declínio do Império Romano, os nobres romanos afastaram-se das antigas cidades e levaram consigo camponeses para proteção mútua para se proteger dos bárbaros. Dando início ao sistema de produção baseado na contratação servil Nobre-Povo (Feudalismo)[14]

Ao se fixar em novas terras, Os nobres necessitavam de castelos para sua habitação e fortificações para proteger o feudo. Como a arte de construção não era nobre, deveria advir do povo, e como as atividades agropecuária e de construção não guardavam nenhuma relação, uma nova classe surgiu: Os construtores, herdeiros das técnicas romanas e gregas de construção civil.[15]

Outras companhias se formaram: artesão, ferreiro, marceneiros, tecelões enfim, toda a necessidade do feudo era lá produzida. A maioria das guildas limitava-se no entanto às fronteiras do feudo.[14]

Já as guildas dos pedreiros[16] necessitavam mover-se para a construção das estradas e das novas fortificações dos Templários. Os demais membros do povo não tinham o direito de ir e vir,[16] direito este que hoje temos e nos é tão cabal. Os segredos da construção eram guardados com incomensuável zelo, visto que, se caísse em domínio público às regalias concedidas à categoria, cessariam.[16] Também não havia interessem em popularizar a profissão de pedreiro, uma vez que o sistema feudal exigia a atividade agropecuária dos vassalos[14][15]


A Igreja Católica Apostólica Romana encontra neste sistema o ambiente ideal para seu progresso. Torna-se uma importante, talvez a maior, proprietária feudal, por meio da proliferação dos mosteiros, que reproduzem a sua estrutura. No interior dos feudos, a igreja detém o poder político, econômico, cultural e científico da época.[14]

Maçonaria especulativa.

A Maçonaria Especulativa[17] corresponde a segunda fase, que utiliza os moldes de organização dos maçons operativos[3] juntamente com ingredientes fundamentais como o pensamento iluminista, ruptura com a Igreja Romana e a reconstrução física da cidade de Londres, berço da maçonaria regular.[18]

Com o passar do tempo as construções tornavam-se mais raras. O feudalismo[19] declinou dando lugar ao mercantilismo. Com consequência o enfraquecimento da igreja romana. Havendo uma ruptura da unidade cristã advindas da reforma protestante.[20]

Superada a tragédia da peste negra que dizimou a população mundial, particularmente da Europa, teve início o Iluminismo no século XVIII, que enfatizou a razão e a ciência para explicar o Universo, em contraposição à fé.[21][22]

A Inglaterra[23] surge como o berço da maçonaria especulativa[17] regular durante a reconstrução da cidade após um incêndio de grandes propoções em sua capital Londres em setembro de 1666 que contou com muitos pedreiros para reconstruir a cidade nos moldes medievais.

Para se manter foram aceitas outras classes de artífices e essas pessoas formaram paulatinamente agremiações que mantinham os costumes dos pedreiros nas suas reuniões, o que diz respeito ao reconhecimento dos seus membros por intermédio dos sinais característicos da agremiação.[20]

Essas associações sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções não eram mais guardados a sete chaves, eram estudados publicamente.Todavia o método de associação era interessante, o método de reconhecimento da maçonaria operativa era muito útil para o modelo que surgiu posteriormente. Em vez de erguer edifícios físicos, catedrais ou estradas, o objetivo era outro: erguer o edifício social ideal.[17][20]




José Bonifácio, primeiro grão-mestre do Grande Oriente do Bras

Maçonaria no Brasil.

José Bonifácio, primeiro grão-mestre do Grande Oriente do Brasil.O GOB fez a Independência do Brasil, o maior acontecimento da Nação. Numa data posterior, o segundo grande acontecimento do Brasil, a Proclamação da República, foi realizada pelo então, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil: O Marechal Deodoro da Fonseca.[24]

Antes da Proclamação da República é justo destacar a grandiosa missão de Duque de Caxias para manter a unidade do Império. Se não fosse a experiência iluminada deste grande brasileiro, Herói Nacional, o Brasil teria se esfacelado em várias repúblicas. Duque de Caxias foi Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho e Grão-Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil.


Selo do Rito Brasileiro.Aliás, o papel do Grande Oriente do Brasil, na formação política do nosso país, foi de grande importância. Desse papel fala o grande pesquisador Adelino de Figueiredo no seu livro, NOS BASTIDORES DO MISTÉRIO: "O Grande Oriente do Brasil foi durante mais de um século, o manancial inesgotável onde o Império e a República recrutavam alguns dos mais insignes estadistas.



SELO DO RITO BRASILEIRO.

Grandes Campanhas.

Através de homens de alto espírito público, colocados em arcas importantes da atividade humana, principalmente em segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas - o Exército, mais especificamente - O Grande Oriente do Brasil iria ter, a partir da metade do século XIX, atuação marcante em diversas campanhas sociais e cívicas da nação.
Campanha pela extinção da escravatura negra no país.
Assim, distinguiu-se na campanha pela extinção da escravatura negra no país, obtendo leis que foram abatendo o escravagismo, paulatinamente; entre elas, a "Lei Euzébio de Queiroz", que extinguia o tráfico de escravos, em 1850, e a "Lei Visconde do Rio Branco", de 1871, que declarava livre as crianças nascidas de escravas daí em diante. Euzébio de Queiroz foi maçom graduado e membro do Supremo Conselho da Grau 33; o Visconde do Rio Branco, como chefe de Gabinete Ministerial, foi Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. O trabalho maçônico só parou com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888.

Campanha republicana.

A Campanha republicana, que pretendia evitar um terceiro reinado no Brasil e colocar o país na mesma situação das demais nações centro e sul americanas, também contou com intenso trabalho maçônico de divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes Republicanos, espalhados por todo o país. Na hora final da campanha, quando a república foi implantada, ali estava um maçom a liderar as tropas do Exército com seu prestígio: Marechal Deodoro da Fonseca que viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Durante os primeiros quarenta anos da República - período denominado "República Velha" - foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil na evolução política nacional, através de vários presidentes maçons, além de Deodoro: Marechal Floriano Peixoto, Manoel Ferraz de Campos Salles, Marechal Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás e Washington Luís Pereira de Sousa.

Grandes Dissidências.

Primeira Grande Dissidência - 1927
Em 1927 após surgiram as Grandes Lojas Brasileiras de uma dissidência do GOB. Se fizermos as contas, constataremos que de 1822 para 1927 transcorreram exatamente 105 anos. As Grandes Lojas formam a CMSB. Comissão da Maçonaria Simbólica do Brasil – um sistema confederado.
Esse "Cisma" provocou graves conseqüências para a Maçonaria Brasileira, não provocando apenas a evasão de Lojas do Grande Oriente do Brasil para outras Potências, fomentou também a discórdia entre Maçons, principalmente aqueles que desconhecem, ou ignoram que a Maçonaria, seja qual for a denominação, ou titularidade que se lhe venham dar, é, por sua natureza universal e anti-dogmática, indivisível.
Como se isso não bastasse, pouco tempo depois, Getúlio Vargas implanta a ditadura do chamado "Estado Novo", com receio do crescimento do movimento Integralista Brasileiro que tinha como líder Nacional Plínio Salgado. A ditadura, também não suportava os ideais Maçônicos e moveu terrível perseguição aos Maçons Liberais, fechando conseqüentemente, a maioria das Lojas.
Mesmo com tudo isso o Grande Oriente do Brasil, continuou como ponta-de-lança da Maçonaria, em diversas questões nacionais, como: anistia para presos políticos, durante períodos de exceção, com estado de sítio, em alguns governos da República; a luta pela redemocratização do país, que fora submetido, desde 1937, a uma ditadura, que só terminaria em 1945; participação, através das Obediências Maçônicas européias, na divulgação da doutrina democrática dos países aliados, na 2ª Grande Guerra (1939 - 1945); participação no movimento que interrompeu a escalada da extrema-esquerda no país, em 1964; combate ao posterior desvirtuamento desse movimento, que gerou o regime autoritário longo demais; luta pela anistia geral dos atingidos por esse movimento; trabalho pela volta das eleições diretas, depois de um longo período de governantes impostos ao país.
Segunda Grande Dissidência - 1973
Transcorridos 151 anos após a criação do Grande Oriente do Brasil, surge a Confederação Maçônica do Brasil - COMAB da Segunda Maior dissidência do GOB. Reunindo os Grandes Orientes Independentes e congrega Grandes Orientes Estaduais Autônomos em cada Estado da Federação.
Em março de 1973, realizaram-se eleições para os cargos de Grão-Mestre Geral e Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil. Proclamada a eleição dos candidatos oficiais, inconformados com a decisão, dez Grandes Orientes Estaduais, federados ao Grande Oriente do Brasil, desligaram-se deste proclamando-se Obediências autônomas e independentes, expondo as razões por que o faziam.
Em 4 de agosto de 1973, fundou-se, em Belo Horizonte (MG), o Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira, congregando, então, as dez Obediências dissidentes São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio de Janeiro, então dissidentes do Grande Oriente do Brasil.
Hoje, são dezoito os Grandes Orientes Estaduais que integram a Confederação Maçônica do Brasil — COMAB, sucessora do Colégio de Grão-Mestes da Maçonaria Brasileira, desde 6 de abril de 1991

1. ↑ Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - Significado de maçonaria. Priberam. Página visitada em 5 de maio de 2010.
2. ↑ Maçonaria. dicionário online de português. Página visitada em 5 de maio de 2010.
3. ↑ a b c Academia superior - Organizaçaõ Maçonica
4. ↑ Grande Oriente Estadual do Pernambuco
5. ↑ Revista Super Interessante - [1] - Mistérios elucidados sobre os maçons
6. ↑ a b c d e Brasil Maçom - Maçonaria Internacional. Situação quantitativa
7. ↑ como entende André Chedel, citado por Vanildo Senna em "Fundamentos Jurídicos da Maçonaria Especulativa [2]"
8. ↑ [3]
9. ↑ a b c d Site da Grande Loja de São Paulo - História sobre os primordios da maçonaria [4]
10. ↑ COSTA, Frederico Guilherme. "Maçonaria na Universidade-2". Londrina: "A TROLHA", 1996.
11. ↑ HUTIN, Serge. "Les Francs-Maçons". Paris: Éditions du Seuil, 1976.
12. ↑ PETERS, Ambrósio. "O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições". Londrina: "A TROLHA", 1997.
13. ↑ VAROLI FILHO, Theobaldo. "Curso de Maçonaria Simbólica". 1º Tomo (Aprendiz). São Paulo: "A Gazeta Maçônica", 1976.
14. ↑ a b c d A maçonaria Antiga (Operativa), era uma associação de profissionais que se reuniam basicamente, com dois propósitos: Intercâmbios/aprimoramento dos conhecimentos técnicos e assistência/proteção mútua.[5]
15. ↑ a b O mais antigo documento que se conhece da chamada Maçonaria Antiga, ou Operativa, ou de Ofício é o Poema Régio, que é de 1390, portanto, século XIV. Tudo o que se disser anterior a essa data não passa de pressuposição.[6]
16. ↑ a b c Com o desenvolvimento das construções promovidas pela Igreja Católica, viu-se a necessidade do deslocamento (antes proibido) dos artífices, de um feudo para outro. A Igreja usou seu poder, obrigando os Reis a permitirem que os pedreiros (mason) mais qualificados, se deslocassem pelo continente, tornando-os "franc-mason".[7]
17. ↑ a b c A partir dessa data, a maçonaria começou a ser denominada de "Maçonaria Especulativa".[8]
18. ↑ Maçonaria Ortodoxa, Editora Madras
19. ↑ a Itália dividiu-se em Feudos, dando origem ao Feudalismo, que se espalhou por toda a Europa. Dividida em muitos Feudos, a Itália era, então, dominada por diversos senhores feudais, que tinham autonomia total sobre seus súditos.[9]
20. ↑ a b c As origens da maçonaria especulativa
21. ↑ Para Patrick Négrier trata-se de um reflexo da crise européia do fim do séc. XIV e início do séc. XV ligada à Guerra dos Cem Anos e à Peste Negra, a qual teria provocado o fechamento dos grandes canteiros de obras de catedrais e o desemprego de muitos trabalhadores do setor [10]
22. ↑ as origens da moderna maçonaria como um movimento social encontram-se nas fraternidades religiosas que floresceram particularmente após a peste negra de 1349. [11]
23. ↑ A fundação da Grande Loja de Londres, determina, portanto, o fim da Maçonaria Operativa e marca o início do terceiro período da história da maçonaria, a Maçonaria Especulativa ou Maçonaria dos Aceitos ou, ainda, como disse Nicola Aslan, "da Maçonaria em seu aspecto atual de associação civil, filosófica e humanitária".[12]
24. ↑ Grande Oriente Estadual do Pernambuco

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