REFERÊNCIA:
http://focoartereal.blogspot.com.br/2012/02/relacoes-entre-potencias-maconicas.html
RELAÇÕES ENTRE POTÊNCIAS MAÇÔNICAS
As centenas de Potências Maçônicas espalhadas pelo globo terrestre têm características que as tornam diferentes umas das outras. Incluem-se aí diferenças de ordem filosófica, ritualísticas, organizacionais, políticas, entre outras, que acabam por produzir entidades diversificadas, tais como maçonaria constituída exclusivamente por homens, por mulheres, ou mistas, por exemplo. Também influem neste contexto a posição geográfica correspondente ao país de origem dessas potências, a língua, a filosofia de vida de seus membros e outros tantos fatores. Por esta razão, as potências, depois de se estudarem mutuamente, podem se reconhecer, o que permite aos Maçons filiados às suas Lojas visitarem uns aos outros, reconhecerem a validade dos graus conferidos pela outra organização, enfim, conviverem mais intimamente, em harmonia, apesar dessas diferenças.
Infelizmente, muitas são as Potências Maçônicas que ainda não reconhecem umas às outras, não permitindo, por conseguinte, as visitações mútuas.
A seguir, veremos alguns exemplos do que acontece no mundo, atualmente.
Na França
A Grande Loja Nacional da França (GLNF) não reconhece a Grande Loja da França (GLDF) e nem o Grande Oriente da França (GOF).
Por sua vez, a GLDF congrega 23.000 membros (dados de 1994), inscritos em 586 Lojas, que não visitam as 1456 Lojas da GLNF. Também, os 47.000 membros inscritos nas 1150 Lojas do GOF não visitam as 1456 Lojas da GLNF. Esta situação persiste há mais de um século.
Isto significa que 3192 Lojas, com mais de 100.000 Maçons, não convivem harmoniosamente, somando seus esforços para o bem comum da humanidade, em geral.
Nos EUA
A Prince Hall é reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI), mas não é reconhecida por oito Grandes Lojas Estaduais americanas.
A Prince Hall, uma potência maçônica constituída exclusivamente de homens negros, possui 300.000 membros inscritos em 4500 Lojas. Estes 300.000 maçons não visitam as centenas de lojas espalhadas por onze estados americanos. Tendo em vista ao fato de que a Prince Hall é reconhecida pela GLUI, o seu não Reconhecimento se deve principalmente ao preconceito racial existente nos EUA.
Esta também é uma situação que persiste há mais de um século, significando também perdas de oportunidades para os maçons americanos somarem esforços no sentido de contribuírem para bem comum e para a humanidade em geral.
Países de Religião Muçulmana e Budista.
Nos países de religião budista e muçulmana, onde o Livro Sagrado não é a Bíblia, há uma tendência de a GLUI não reconhecer as potências maçônicas localizadas em seu território. Se observarmos o quadro de Potências Reconhecidas, no site oficial da GLUI, veremos que ali não constam as potências maçônicas da Malásia, Arábia Saudita, Jordânia, Líbano, Indonésia, Coréia do Sul, Taiwan, entre outras.
Com relação a estes países os prejuízos devido a falta convivência maçônica são os mesmos, porém, mais preocupantes, pois, de uma certa forma, quebra a universalidade da Maçonaria.
No Brasil
Praticamente todos os Grandes Orientes estaduais da COMAB que não são reconhecidos pela GLUI também não são reconhecidos pelas Grandes Lojas estaduais americanas.
Mas, felizmente, as Potências maçônicas do mundo não se nivelam exclusivamente pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). As Grandes Lojas dos EUA reconhecem potências que não são reconhecidas pela GLUI. No Brasil, por exemplo, quase todas as Grandes Lojas Estaduais são reconhecidas pelas Grandes Lojas Estaduais americanas. A este respeito, ver quadro publicado em http://bessel.org/masrec/ brazil.htm
É preciso ter em mente que Reconhecimento e Regularidade são fatores distintos.
Uma Potência é considerada Regular quando obedece aos critérios de regularidade propostos pela Grande Loja Unida da Inglaterra, sendo os mais importantes aqueles que tratam da obrigatoriedade da Crença em um Deus Revelado, dos juramentos prestados sobre o Livro da Lei Sagrada (a Bíblia), da admissão exclusiva de membros do sexo masculino, entre outros. Quanto ao Reconhecimento, os critérios são mais complicados, dependendo, inclusive, de conveniências políticas e outros itens de interesse. Assim, por exemplo, a primeira condição para que uma potência reconheça a outra é a regularidade. Uma potência somente será reconhecida se for considerada Regular, esta é uma condição basilar. Mas nem sempre as potências regulares são reconhecidas. Por exemplo, a GLUI não reconhece o Grande Oriente de Minas Gerais (GOMG) e nem a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG), apesar de ambas serem regulares. Outros itens de interesse exclusivos de cada Potência, que desconhecemos, poderão ser considerados para que o Reconhecimento seja efetivado. Um outro exemplo: em 2001, a Grande Loja de Minnesota (GLMN) reconheceu a Grande Loja da França (GLDF), apesar da forte oposição da Grande Loja Nacional da França (GLNF), que acusou a GLDF de visitar e ser visitada por membros de Lojas do Grande Oriente da França (GOF), que retiraram de sua Constituição a obrigatoriedade de se crer em um Deus Revelado como condição para que alguém possa ser admitido maçom. Para justificar sua atitude ao reconhecer a já mencionada potência francesa, a GLMN publicou uma série de perguntas e respostas sobre o assunto. Quando questionada sobre a "irregularidade" da GLDF, a GLMN respondeu: "Quem disse que a GLDF é irregular? A Grande Loja de Minnesota e muitas outras estão convencidas de que a GLDF é regular. Suas lojas têm a Bíblia sobre seus altares, exatamente como as nossas; elas começam suas reuniões com uma oração e com uma leitura da Bíblia, também exatamente como as nossas; todos os candidatos à iniciação declaram sua crença em um Ser Supremo, exatamente como fazem os nossos; elas não permitem a frequência de mulheres, exatamente como as nossas...".
Sobre este assunto, ver site http://bessel.org/masrec/ glminn.htm
Algumas potências estaduais americanas não ficaram convencidas de que a GLDF exigia dos seus iniciandos a crença em um Deus Revelado, e reagiram fortemente, ameaçando cortar relações com a Grande Loja de Minnesota (GLMN). Até que, em 2002, rendendo-se à forte pressão, a GLMN suspendeu o Reconhecimento.
Na medida em que as potências se estudam e se conhecem, novos Tratados de Reconhecimento vão surgindo. Em 2005, o Grande Oriente do Brasil (GOB) resolveu reconhecer a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG) e o Grande Oriente de Minas Gerais (GOMG), provavelmente baseado no fato de que as já mencionadas potências são Regulares.
Desta forma, a visitação entre Lojas de Potências diferentes seguem, na verdade, o mesmo princípio das relações humanas do mundo profano. Em nosso cotidiano, para visitarmos uns aos outros, precisamos antes de certa preparação, precisamos conhecer melhor as pessoas que queremos visitar, devemos conquistar sua confiança, e, a partir daí, iniciar uma convivência mais próxima. Este procedimento também se aplica às Potências Maçônicas.
Às vezes ocorre de Maçons, Lojas ou Potências darem um valor excessivo à questão do Reconhecimento e Visitação. Desde a fundação da Maçonaria especulativa, desentendimentos e cisões ocorrem, diversas Potências Maçônicas resistem em reconhecer umas às outras, e, nem por isto, a maçonaria deixou de existir.
Existem aqueles que pensam que todos os maçons do mundo deveriam pertencer a uma só potência, mas a história já provou que isso é impossível. A única alternativa para termos uma maçonaria mais unida e mais forte seria desarmarmos os espíritos e nos dispormos a reconhecer uns aos outros.
Elias Mansur Neto
P:.M:.I da Loja Maçônica Cavaleiros Templários, Belo Horizonte, MG
Fontes de consulta
Masonic Recognition Issues: http://bessel.org/masrec/ ugle.htm
Masonic Recognition, Prince Hall: http://bessel.org/masrec/ pha.htm
United Grand Lodge of England: http://www.ugle.org.uk/ about-ugle/ recognised-foreign-grand-lodges /
Grand Loge de France, Site Officiel: http://www.gldf.org/
Grand Orient de France, Site Officiel: http://www.godf.org/
Gand Loge Nationale Francaise, Site Officiel: http:// www.grandelogenationalefrancais e.com/
Infelizmente, muitas são as Potências Maçônicas que ainda não reconhecem umas às outras, não permitindo, por conseguinte, as visitações mútuas.
A seguir, veremos alguns exemplos do que acontece no mundo, atualmente.
Na França
A Grande Loja Nacional da França (GLNF) não reconhece a Grande Loja da França (GLDF) e nem o Grande Oriente da França (GOF).
Por sua vez, a GLDF congrega 23.000 membros (dados de 1994), inscritos em 586 Lojas, que não visitam as 1456 Lojas da GLNF. Também, os 47.000 membros inscritos nas 1150 Lojas do GOF não visitam as 1456 Lojas da GLNF. Esta situação persiste há mais de um século.
Isto significa que 3192 Lojas, com mais de 100.000 Maçons, não convivem harmoniosamente, somando seus esforços para o bem comum da humanidade, em geral.
Nos EUA
A Prince Hall é reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI), mas não é reconhecida por oito Grandes Lojas Estaduais americanas.
A Prince Hall, uma potência maçônica constituída exclusivamente de homens negros, possui 300.000 membros inscritos em 4500 Lojas. Estes 300.000 maçons não visitam as centenas de lojas espalhadas por onze estados americanos. Tendo em vista ao fato de que a Prince Hall é reconhecida pela GLUI, o seu não Reconhecimento se deve principalmente ao preconceito racial existente nos EUA.
Esta também é uma situação que persiste há mais de um século, significando também perdas de oportunidades para os maçons americanos somarem esforços no sentido de contribuírem para bem comum e para a humanidade em geral.
Países de Religião Muçulmana e Budista.
Nos países de religião budista e muçulmana, onde o Livro Sagrado não é a Bíblia, há uma tendência de a GLUI não reconhecer as potências maçônicas localizadas em seu território. Se observarmos o quadro de Potências Reconhecidas, no site oficial da GLUI, veremos que ali não constam as potências maçônicas da Malásia, Arábia Saudita, Jordânia, Líbano, Indonésia, Coréia do Sul, Taiwan, entre outras.
Com relação a estes países os prejuízos devido a falta convivência maçônica são os mesmos, porém, mais preocupantes, pois, de uma certa forma, quebra a universalidade da Maçonaria.
No Brasil
Praticamente todos os Grandes Orientes estaduais da COMAB que não são reconhecidos pela GLUI também não são reconhecidos pelas Grandes Lojas estaduais americanas.
Mas, felizmente, as Potências maçônicas do mundo não se nivelam exclusivamente pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). As Grandes Lojas dos EUA reconhecem potências que não são reconhecidas pela GLUI. No Brasil, por exemplo, quase todas as Grandes Lojas Estaduais são reconhecidas pelas Grandes Lojas Estaduais americanas. A este respeito, ver quadro publicado em http://bessel.org/masrec/
É preciso ter em mente que Reconhecimento e Regularidade são fatores distintos.
Uma Potência é considerada Regular quando obedece aos critérios de regularidade propostos pela Grande Loja Unida da Inglaterra, sendo os mais importantes aqueles que tratam da obrigatoriedade da Crença em um Deus Revelado, dos juramentos prestados sobre o Livro da Lei Sagrada (a Bíblia), da admissão exclusiva de membros do sexo masculino, entre outros. Quanto ao Reconhecimento, os critérios são mais complicados, dependendo, inclusive, de conveniências políticas e outros itens de interesse. Assim, por exemplo, a primeira condição para que uma potência reconheça a outra é a regularidade. Uma potência somente será reconhecida se for considerada Regular, esta é uma condição basilar. Mas nem sempre as potências regulares são reconhecidas. Por exemplo, a GLUI não reconhece o Grande Oriente de Minas Gerais (GOMG) e nem a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG), apesar de ambas serem regulares. Outros itens de interesse exclusivos de cada Potência, que desconhecemos, poderão ser considerados para que o Reconhecimento seja efetivado. Um outro exemplo: em 2001, a Grande Loja de Minnesota (GLMN) reconheceu a Grande Loja da França (GLDF), apesar da forte oposição da Grande Loja Nacional da França (GLNF), que acusou a GLDF de visitar e ser visitada por membros de Lojas do Grande Oriente da França (GOF), que retiraram de sua Constituição a obrigatoriedade de se crer em um Deus Revelado como condição para que alguém possa ser admitido maçom. Para justificar sua atitude ao reconhecer a já mencionada potência francesa, a GLMN publicou uma série de perguntas e respostas sobre o assunto. Quando questionada sobre a "irregularidade" da GLDF, a GLMN respondeu: "Quem disse que a GLDF é irregular? A Grande Loja de Minnesota e muitas outras estão convencidas de que a GLDF é regular. Suas lojas têm a Bíblia sobre seus altares, exatamente como as nossas; elas começam suas reuniões com uma oração e com uma leitura da Bíblia, também exatamente como as nossas; todos os candidatos à iniciação declaram sua crença em um Ser Supremo, exatamente como fazem os nossos; elas não permitem a frequência de mulheres, exatamente como as nossas...".
Sobre este assunto, ver site http://bessel.org/masrec/
Algumas potências estaduais americanas não ficaram convencidas de que a GLDF exigia dos seus iniciandos a crença em um Deus Revelado, e reagiram fortemente, ameaçando cortar relações com a Grande Loja de Minnesota (GLMN). Até que, em 2002, rendendo-se à forte pressão, a GLMN suspendeu o Reconhecimento.
Na medida em que as potências se estudam e se conhecem, novos Tratados de Reconhecimento vão surgindo. Em 2005, o Grande Oriente do Brasil (GOB) resolveu reconhecer a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG) e o Grande Oriente de Minas Gerais (GOMG), provavelmente baseado no fato de que as já mencionadas potências são Regulares.
Desta forma, a visitação entre Lojas de Potências diferentes seguem, na verdade, o mesmo princípio das relações humanas do mundo profano. Em nosso cotidiano, para visitarmos uns aos outros, precisamos antes de certa preparação, precisamos conhecer melhor as pessoas que queremos visitar, devemos conquistar sua confiança, e, a partir daí, iniciar uma convivência mais próxima. Este procedimento também se aplica às Potências Maçônicas.
Às vezes ocorre de Maçons, Lojas ou Potências darem um valor excessivo à questão do Reconhecimento e Visitação. Desde a fundação da Maçonaria especulativa, desentendimentos e cisões ocorrem, diversas Potências Maçônicas resistem em reconhecer umas às outras, e, nem por isto, a maçonaria deixou de existir.
Existem aqueles que pensam que todos os maçons do mundo deveriam pertencer a uma só potência, mas a história já provou que isso é impossível. A única alternativa para termos uma maçonaria mais unida e mais forte seria desarmarmos os espíritos e nos dispormos a reconhecer uns aos outros.
Elias Mansur Neto
P:.M:.I da Loja Maçônica Cavaleiros Templários, Belo Horizonte, MG
Fontes de consulta
Masonic Recognition Issues: http://bessel.org/masrec/
Masonic Recognition, Prince Hall: http://bessel.org/masrec/
United Grand Lodge of England: http://www.ugle.org.uk/
Grand Loge de France, Site Officiel: http://www.gldf.org/
Grand Orient de France, Site Officiel: http://www.godf.org/
Gand Loge Nationale Francaise, Site Officiel: http://
PUBLICADO NA REVISTA A TROLHA, Nº 302 - DEZEMBRO/2011
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