REFERÊNCIA:
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORIGEM
DAS GRANDES POTÊNCIAS MAÇÔNICAS NO
BRASIL
Marco Antonio de Moraes, 33º
Cadastro 4.799 – SP
“A MAÇONARIA É UMA VIDA, MAIS
DO QUE UMA SOCIEDADE OU UMA
ORDEM. O OBJETIVO FINAL QUE SE
PRETENDE ATINGIR É A SABEDORIA
E NÃO UM GRAU. ENTENDIDO PELA
INSTITUIÇÃO, A INTELIGÊNCIA DA
EMOÇÃO, O SIGNIFICADO DOS
SÍMBOLOS RITUALMENTE RECEBIDOS,
O ADEPTO TRANSFORMA-SE EM
FILÓSOFO”,
Poeta Fernando Pessoa.
Nos séculos XVIII e XIX, a maçonaria
brasileira era essencialmente política, com participação efetiva em diversos
movimentos que marcaram a história brasileira: Inconfidência Mineira
(1789) – supõe-se que alguns inconfidentes eram maçons, Conjuração
Baiana, Revolução Pernambucana (1817), Confederação do Equador
(1824) Movimento Abolicionista (leis do Sexagenário, Ventre Livre e
Áurea), Independência do Brasil e Proclamação da República.
A história da Alta Administração da maçonaria
brasileira pode ser contada a partir de 1813, com a fundação do Grande
Oriente Brasileiro, na Bahia, que teve vida efêmera. Com o fracasso da
Revolução Pernambucana em 1817, os portugueses encetaram violenta
repressão a todas as sociedades secretas, em especial a maçonaria que
liderava o movimento libertário contra o absolutismo.
Com o retorno de D. João VI a Portugal em abril
de 1821, que em 1818 proibira o funcionamento, no Brasil e em Portugal,
de sociedades secretas, a maçonaria brasileira retoma abertamente as suas
atividades, e no ano seguinte, 1822, no Rio de Janeiro, funda-se novo Alto
Corpo Maçônico, sob o rito Adoniramita, denominado Grande Oriente do
Brasil, tendo José Bonifácio de Andrade e Silva como Grão-Mestre e Gonçalves Ledo, 1º Grande Vigilante.
D. Pedro I, iniciado no dia 2 de agosto de 1822 na
Loja Comércio e Artes, no dia 14 de setembro de 1822 foi eleito GrãoMestre do Grande Oriente do Brasil, substituindo José Bonifácio e
mantendo Gonçalves Ledo como 1º Vigilante.
Em razão dos desentendimentos políticos entre
José Bonifácio e Gonçalves Ledo, o Imperador D. Pedro I suspendeu os
trabalhos do Grande Oriente do Brasil, 4 meses após a sua instalação,
ficando a maçonaria quase que inativa, até a abdicação do Imperador e sua
partida para Portugal em abril de 1831.
No dia 24 de junho de 1831, composto de 3 lojas,
é fundado o Grande Oriente Brasileiro, sendo eleito Grão-Mestre o Senador
Vergueiro, tendo a sua sede na Rua do Passeio, Rio de Janeiro, passando a
ser conhecido como o Grande Oriente do Passeio, ou Português, por ter
adotado a Constituição do Grande Oriente Lusitano.
Por sua vez, com o regresso de José Bonifácio e
de seus irmãos do exílio, reinstala-se o Grande Oriente do Brasil, em 23
novembro de 1831, passando a funcionar no Brasil, simultaneamente, duas
potências: Grande Oriente Brasileiro (Passeio) e Grande Oriente do Brasil
(Lavradio).
Ambos criaram Supremos Conselhos próprios,
fazendo funcionar Lojas em graus superiores.
O Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês
Antigo e Aceiro para o Império do Brasil foi constituído em12 de março de
1829 (sete anos após a Indepedência), de acordo com a Carta Constitutiva
passada pelo Supremo Conselho do Reino dos Países Baixos, estabelecido
em Bruxelas, na Bélgica, ao Ir:. FRANCISCO GÊ ACAYABA DE
MONTEZUMA, depois Visconde de Jequitinhonha, tendo sido instalado
em 12 de novembro de 1832 e reconhecido pelo Supremo Conselho
constituinte no ano seguinte, contando presentemente com o
reconhecimento universal dos Supremos Conselhos regulares do mundo.
Como o Grande Oriente Brasileiro e o Grande
Oriente do Brasil adotavam o Rito Moderno, Montezuma teve que
criar Lojas – Corpos, para a prática dos graus filosóficos, como também
Lojas Simbólicas, no Rito Escocês Antigo e Aceito. Em 1835, alguns membros do Supremo Conselho
de Montesuma, criaram um novo Supremo Conselho, denominado
Supremo Conselho do Brasil, o qual se tornou irregular.
O Supremo Conselho (de Montezuma) fundiu-se
ao Grande Oriente Brasileiro em 1842, pelo chamado Tratado de União.
A sede do Grande Oriente do Brasil foi transferida
para a Rua do Lavradio, no Rio de Janeiro, em 1842, passando as duas
potências serem conhecidas como o Grande Oriente do Passeio e o Grande
Oriente do Lavradio.
Em 1854, com a perda do reconhecimento pela
França, do Supremo Conselho de Montezuma surgiram três novos
Supremos Conselhos: dois se fundiram ao Supremo Conselho do Brasil
(irregular) e o terceiro aliou-se ao Grande Oriente Brasileiro, tomando o
nome de Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande
Oriente Brasileiro, abolindo o Rito Moderno (ou Francês).
Surgiu ainda um novo grupo, sob a liderança do
Marques de Caxias, futuro Duque de Caxias, fundando mais um Grande
Oriente e Supremo Conselho, logo extintos.
Nova cisão vem ocorrer em 1863, durante o GrãoMestrado do Barão de Cayru, com o afastamento de sete Lojas,
aproximadamente 150 IIr:. – Caridade, Comércio, Dezoito de Julho, Estrela
do Rio, Imparcialidade, Philantropia e Ordem e Silêncio, do Grande
Oriente do Lavradio, fundando o Grande Oriente e Supremo Conselho dos
Beneditinos, elegendo Joaquim Saldanha Marinho como Grão Mestre, que
vieram a ser reconhecidos pelo Grande Oriente da França e Grande Oriente
Lusitano, de Portugal, em 1865, tornando-se regulares.
No ano anterior, foi estabelecido o tratado entre o
Grande Oriente do Brasil e o Supremo Conselho do Brasil, que era
reconhecido pelo Grande Oriente de Portugal.
Em 1869, as potências portuguesas se uniram,
criando o Grande Oriente Lusitano Unido, que em 1872, conseguiu reunir o
Grande Oriente do Lavradio (Visconde do Rio Branco) e o Grande Oriente
e Supremo Conselho dos Beneditinos (Saldanha Marinho), sob a
denominação de Grande Oriente Unido do Brasil e Supremo Conselho do
Brasil. A família maçônica brasileira parecia estar pacificada. Quando da eleição para o Grão-Mestrado,
Saldanha Marinho venceu o pleito, e o Visconde do Rio Branco, que não
aceitou o resultado, declarou nula a fusão. As potências estrangeiras deram
ganho de causa à Saldanha Marinho (Beneditinos), que passou a dirigir
simultaneamente o Grande Oriente dos Beneditinos e o Grande Oriente
Unido do Brasil, enquanto o Visconde do Rio Branco ficou com o Grande
Oriente do Brasil e o Supremo Conselho do Brasil.
Em 1874, o Grande Oriente dos Beneditinos
cessou as suas atividades, com as poucas Lojas restantes abatendo colunas,
ou se transferindo para o Grande Oriente do Brasil (Lavradio).
Em 1882 foi extinto o Grande Oriente Unido do
Brasil, e em janeiro de 1883, foi feita a fusão definitiva, sob a denominação
do Grande Oriente do Brasil e Supremo Conselho do Brasil.
Assim, permaneceu até 1927, quando o Supremo
Conselho do Brasil (de Montezuma), sob a direção do Ir:. MÁRIO
BEHRING, rompeu o tratado de 1864, celebrado com o Grande Oriente do
Brasil.
Conforme Resoluções do Congresso Internacional
dos Supremos Conselhos, realizado em Paris em 1929, o então Supremo
Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para os Estados
Unidos do Brasil é reconhecido como único Supremo Conselho regular
existente no Brasil, com expressa exclusão de qualquer outro.
Ainda em 1927, o Supremo Conselho, no uso de
sua competência constitucional de órgão legitimamente regular, cria as
Grandes Lojas Brasileiras, como potências simbólicas soberanas. São
concedidas pelo Supremo Conselho sete Cartas Constitutivas, enquanto as
demais nasceram da constituição e reconhecimento das Grandes Lojas já
existentes, como é o caso da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal que
recebeu sua Carta Constitutiva da Grande Loja Maçônica do Estado de
Goiás. Atualmente, em cada Estado Brasileiro funciona uma Grande Loja
O Grande Oriente do Brasil, que manteve grande
número de Lojas Simbólicas, não alcançou o reconhecimento internacional
como potência regular, e o seu Supremo Conselho, fundado ao arrepio das
Grandes Constituições e Resoluções da Confederação dos Supremos
Conselhos, é considerado irregular, não sendo recebido no Congresso dos
Superiores Conselhos, de Paris, em 1929, de Bruxelas, em 1935, e nos
subseqüentes, até os nossos dias. O Rito Escocês Antigo e Aceito, regido pelas
Grandes Constituições de 1786 e pelos Regulamentos Gerais de 1762, é
uma instituição Maçônica Universal, dividida em jurisdições territoriais,
independentes e soberanas, sob o governo do Alto Corpo denominado
SUPREMO CONSELHO, constituindo estes uma união, mantida pelas
Conferências Internacionais, de 1907 até os dias atuais.
Na estrutura atual da Maçonaria Filosófica, o
primeiro Supremo Conselho que se constituiu foi o Charleston, nos Estados
Unidos, em 1801, originando o Supremo Conselho da Jurisdição do Sul,
por isso chamado “Mãe do Mundo”, obediente aos princípios das Grandes
Constituições oriundas de 1786, reorganizadoras ao antigo Rito Escocês
Antigo e Aceito.
Em 1935 O Grande Oriente do Brasil celebrou
com a Grande Loja Unida da Inglaterra o tratado denominado “Convênio
de Aliança Fraternal entre o Grande Oriente do Brasil e The United Grand
Lodge of England”, com concessões recíprocas, sem qualquer ingerência
com os graus superiores. Reconhecidos mundialmente.
SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO PARA
A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
São principais finalidades do Supremo Conselho:
Desenvolver a doutrina e a filosofia maçônicas, tendo como objetivo o
aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual dos seus adeptos e do
Homem;
Cultuar o Criador Supremo (Grande Arquiteto do Universo) e cultivar a
espiritualidade; Investigar livremente a Verdade;
Defender a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade;
Lutar em prol da fraternidade entre os homens e da confraternização
entre as nações;
Obedecer as leis do País; Praticar a justiça;
Combater a ignorância, a superstição e o fanatismo;
Trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano e por sua
emancipação política, social e econômica, progressiva e pacífica.
A Maçonaria não sendo uma religião, o Supremo
Conselho presta o devido respeito a todas as crenças, abrigando entre os
seus filiados, em plena harmonia e fraternidade, seguidores de todas elas; é alheio às competições de política partidária, exigindo porém de seus
membros o dever de serem bons cidadãos e servirem, leal e devotadamente,
à Pátria e à Humanidade.
A Moral que adota se baseia na solidariedade
humana, como conjunto de sentimentos de justiça, Tolerância, Liberdade,
Filantropia - em resumo: amar o próximo. Os seus princípios, leis e
regulamentos, obrigam os seus participantes a praticarem o bem e a
combaterem o mal, levando sua solicitude aos infelizes, devendo sempre
ser bons filhos, bons esposos, bons pais, bons amigos, úteis aos seus
semelhantes, auxiliando em especial os fracos, as crianças e os velhos,
material e espiritualmente.
O Rito Escocês Antigo e Aceito se compõe de 33
Graus que, em diversas séries, desenvolvem sucessivamente as doutrinas e
a filosofia da Maçonaria, constituindo-se, assim, em uma escola de ética e
de desenvolvimento humano.
A Maçonaria Simbólica, sob a égide das Grandes
Lojas, está entregue universamente ao governo dos 3 (três) Graus do Rito:
Aprendiz, Companheiro e Mestre, cabendo à Maçonaria Filosófica a
regência dos demais Graus (4º ao 33º), denominados Graus Filosóficos ou
Superiores, divididos em quatro séries:
1ª - Graus de Perfeição ou Inefáveis: Loja de
Perfeição, Grau 4º ao 14º; 2ª - Graus Históricos e Religiosos: Capítulo de
Cavaleiros Rosa Cruz, Grau 15º ao 18º; 3ª - Graus Filosóficos: Conselho de
Cavaleiros Kadosch, Graus 19º ao 30º; e 4ª - Graus Administrativos:
Consistório de Príncipes do Real Segredo, do Grau 31º ao 33º.
Durante o período inicial ocuparam o cargo de
Soberano Grande Comendador os IIr:. Francisco Gê Acayaba de
Montezuma, Visconde de Jequitinhonha, 1831/1834; José Bonifácio de
Andrade e Silva (o Patriarca da Independência), 1834/1938; João Vieira de
Carvalho, Conde de Lages, 1838/1843; Manuel Alves Branco, Visconde de
Caravelas, 1843/1855; Paulino José Soares de Souza, Visconde do Uruguai,
1855/1864; Bento da Silva Lisboa, Barão de Cairú, 1864/1865;Joaquim
Marcellino de Britto, 1865/1870; José Maria da Silva Paranhos, Visconde
de Rio Branco, 1870/1872; Senador Joaquim Saldanha Marinho,
1872/1883; Francisco José Cardoso Júnior, 1883/1885; Visconde Luiz
Antonio Vieira da Silva, 1885/1889; Marechal Manoel Deodoro da
Fonseca, 1º Presidente da República, 1890/1891; Dr. Antonio Joaquim de
Macedo Soares, 1891/1901; Dr. Quintino Bocaiúva, 1901/1904; General Lauro Sodré, 1904/1916; Dr. Nilo Peçanha, Presidente da República,
1917/1919; Dr. Thomaz Cavalcanti de Albuquerque, 1919/1922 e Dr. Mário
Behring, 1922/1933.
Atualmente, nosso Soberano Grande
Comendador, é o Ir:. LUIZ FERNANDO RODRIGUES TORRES, 33º.
O Território da Jurisdição do SUPREMO
CONSELHO é dividido em Regiões Litúrgicas, chefiadas por um Grande
Inspetor Litúrgico, de livre nomeação do Soberano Comendador.
Atualmente existem no Brasil 97 (noventa e sete) Inspetorias Litúrgicas.
Visite nosso Blog: http://grandeinspetorialiturgicadf.blogstop.com
Visite nosso site: www.grainsplitdf.info
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